O secretário de Comunicação do PT, deputado federal Jilmar Tatto, destacou a grande e inédita mobilização que o partido e a Fundação Perseu Abramo (FPA) estão fazendo para qualificar e ampliar a atuação da militância presente nas igrejas católicas e comunidades.
“A fé está sendo instrumentalizada. Ela não pode ser instrumento ideológico e nós cristãos temos que agir na sociedade para que essa fé tenha resultado, que é combater a desigualdade social, as injustiças, defender igualdade e direitos. Vamos fazer esta reflexão no curso junto com a FPA. Vamos ampliar nosso foco e nosso raio de atuação. O curso é inédito e promete ser muito interessante”, afirmou Jilmar em entrevista ao Jornal PT Brasil da TvPT nesta segunda-feira (22).
Trata-se do curso “Fé, política e democracia” que está com inscrições abertas para militantes interessados no tema a partir de um viés histórico e informativo sobre o papel do catolicismo na transformação social, na luta por direitos e na consolidação da esquerda no Brasil. As aulas serão online às quartas-feiras, entre os dias 15 de maio e 19 de junho, no período da noite, das 19h às 21h. A aula inaugural será no dia 13 de maio.
As inscrições podem ser feitas no site da Escola Nacional de Formação.
“O PT defende muito os ensinamentos de Jesus Cristo, por isso nós não podemos descolar como está acontecendo entre o PT e as igrejas”, avaliou, ao lembrar de suas origens nas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da igreja católica.
“Temos que resgatar o que foi a origem do PT. O militante que professa uma religião, seja ela evangélica, católica, muçulmana, ou religiões afro, ele tem que estar no PT e tem que estar atuando lá dentro (das igrejas). É assim que vamos dialogar com esse povo que às vezes está se afastando. Isso não tem sentido porque o PT defende muito os ensinamentos de Jesus Cristo”, assinalou.
O primeiro curso é destinado aos católicos dentro do PT, mas haverá cursos para militantes de outras matrizes, “principalmente evangélicos que estão crescendo muito no Brasil e estão sendo instrumentalizados pelos bolsonaristas”, sinalizou Jilmar.
“Precisamos saber dialogar e trazer essa riqueza para o PT. Através de pesquisas e de uma linguagem apropriada sobre como abordar, vamos fazer com que essas pessoas venham cada vez mais para o PT porque 41% se dizem petistas. Não tem sentido, pela política que o PT desenvolve esse povo estar votando em bolsonarista”, sublinhou, ao pontuar que o PT é um partido laico que respeita todas as pessoas.
“E vai continuar assim, essa é a riqueza do nosso partido. Mas vemos que há pessoas que participam das igrejas, das paróquias, são petistas e estão soltas. É o momento de a gente abraçar essas pessoas e trazê-las para ajudar a reconstruir esse país, um país da amizade, da fraternidade, um país menos desigual”, afirmou.
Por ser um partido que fala a verdade e está fazendo um bom governo para os que mais precisam, Jilmar enfatizou que o partido precisa fazer com que sua mensagem tenha eco nos templos e, principalmente, combata as fake News. Ele reconheceu que a questão da religião dentro do PT ficou um pouco marginalizada.
“O curso serve para preparar essas pessoas para que possam efetivamente ser militantes com qualidade, para atuar junto a pessoas que talvez já estiveram mais próximas do PT”, assinalou.
Ação importante da CNBB
Jilmar falou da participação de deputados do PT na 1ª. Romaria dos(das) Parlamentares a Aparecida do Norte a convite da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com o tema “Fraternidade, Amizade Social e Política” e ressaltou a importância do movimento que a CNBB está fazendo.
Pela primeira vez depois de 300 anos, a entidade convidou os parlamentares para fazer uma reflexão sobre a participação na política. O centro da campanha da fraternidade da CNBB deste ano é a encíclica Fratelli Tutti, do Papa Francisco, que diz que a fé não pode ser instrumentalizada politicamente e que, para lutar por um mundo melhor, precisa haver respeito e diálogo.
“A carta da CNBB justamente defende a democracia, defende a separação dos poderes e afirmou que compete aos políticos buscar a justiça social e fazer com que o Estado seja realmente voltado para aqueles que mais precisam, os mais fragilizados”, informou Jilmar, ao salientar ainda que a carta diz que cultura do ódio não pode prosperar no Brasil e sim a cultura do amor e da democracia.
“Isso tem muito a ver com o nosso governo de união, transformação e reconstrução; do combate à desigualdade, à miséria e às armas; de investimento na educação, saúde e na geração de empregos”, ratificou.
Da Redação da Agência PT