O julgamento do ex-policial penal Jorge Guaranho, acusado do assassinato do guarda municipal e tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda em 9 de julho de 2022, será na próxima quinta-feira (4). Vítima de crime de ódio, Marcelo foi morto a tiros em sua festa de 50 anos por Guaranho, militante bolsonarista que foi demitido dia 19 de março pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
Em sua decisão, Lewandowski entendeu que a conduta violenta e ofensiva à vida adotada por Guaranho é incompatível com a moralidade administrativa, além de afrontar gravemente os valores institucionais da atividade policial. Além disso, Guaranho usou sua arma profissional para cometer o crime, segundo o ministro.
O julgamento do ex-agente estava previsto para dezembro de 2023 mas foi remarcado a pedido da defesa do acusado, que está preso no Complexo Penal de Pinhais na Região Metropolitana de Curitiba.
Relembre o caso
No dia 9 de julho de 2022, Marcelo Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos no clube da Associação Recreativa Esportiva Segurança Física de Itaipu (Aresf). A festa tinha como tema o PT e o presidente Lula. Guaranho não era convidado mas conseguiu ver a festa pelas câmeras do clube.
Incomodado, invadiu o local aos gritos de ‘É Bolsonaro’, discutiu com os presentes e foi embora. Pouco depois retornou atirando, conforme imagens das câmeras de segurança.
Dias depois do crime em julho de 2022, o juiz Gustavo Germano Francisco Arguello acatou a denúncia crime do Ministério Público e tornou Garanho réu por homicídio duplamente qualificado.
O juiz avaliou o motivo de Garanho como fútil, decorrente de “preferências político-partidárias antagônicas” e ressaltou que o réu colocou a vida de mais pessoas em risco ao atirar contra Marcelo Arruda que, à época, era pré-candidato a deputado estadual às eleições de 2022. Em 2020 ele foi candidato a vice-prefeito de Foz do Iguaçu.
Apoiador de Bolsonaro, Guaranho, publicava nas redes sociais diversas mensagens de apoio ao ex-presidente e aliados, inclusive uma foto em que aparece ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro.
Indenização
A família de Marcelo Arruda receberá indenização de R$ 1,7 milhão, conforme acordo homologado pela Advocacia Geral da União (AGU) dia 8 de fevereiro.
O fato de Jorge Guaranho, acusado do crime, ter utilizado uma arma pertencente à União e por ter se valido de um cargo público para acessar o local da festa de aniversário foram os fatores apontados pela AGU para definir a indenização.
O valor sairá dos cofres públicos, mas a AGU informou que ingressará com uma ação para cobrar o valor do autor do crime.
Da Redação da Agência PT