Em silêncio desde maio, quando foi preso, o tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, parece perto de admitir o que já está mais que evidente: ele cometeu crimes a mando do ex-presidente.
Em entrevista à GloboNews, nesta sexta-feira (18), o advogado de Mauro Cid, Cezar Bitencourt, confirmou que seu cliente vendeu joias que pertenciam ao Estado brasileiro e depois entregou o dinheiro da negociata ilegal, em espécie, ao casal Bolsonaro (veja vídeo abaixo).
Assim, apesar do nervosismo e da tentativa de não ir direto ao assunto, o advogado confirmou o que havia dito a outros veículos. Na quinta-feira (17), por exemplo, afirmou o seguinte à CNN Brasil: “É evidente que Bolsonaro é quem deu a ordem. Cid, como um militar disciplinado, seguiu ordens”.
Na mesma entrevista, acrescentou: “Não tem como se desvincular, ele assessorava o presidente numa variedade de situações. É da formação militar respeitar a hierarquia”.
Com essas declarações, o advogado sinaliza que Cid está perto de entregar Bolsonaro e sua esposa, Michelle, que tiveram os sigilos fiscal e bancário quebrados nesta sexta. Talvez o tenente coronel não opte por uma delação premiada, mas aceite fazer uma confissão espontânea, sugeriu Bitencourt.
Ou seja, como ressaltou a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, na quinta-feira, Bolsonaro está vivendo os piores dias de sua vida. Após as declarações bombásticas do hacker Walter Delgatti na CPMI do Golpe, da descoberta que Cid movimentou milhões em nome do ex-presidente, das declarações do advogado e da quebra de sigilo, a prisão do ex-capitão genocida parece cada vez mais próxima. Como dizem nas redes sociais: Tic tac.