Non Ducor Duco, por Charles Gentil

Foto: Elineudo Meira

 

Neste 5° Congresso dos Zonais, nós, petistas, fizemos história, ao aprovar a Resolução que versava sobre o apoio de nossa legenda a Guilherme Boulos(Psol), que será, então, o candidato à Prefeito de São Paulo.

Sem sectarismo, sem imposição hegemônica, sem sede de poder, nem conduta dominadora, o Partido dos Trabalhadores demonstrou portanto, sua pujante grandeza política.

Ao abrir mão, nesta próxima eleição municipal, de ser cabeça de chapa, o Partido dos Trabalhadores ensina, na prática política consistente, uma lição fundamental: a vontade da militância é soberana.

Tanto é assim que, Gleisi Hoffmann, Presidente Nacional do PT, em sua fala no 5° Congresso, verbalizou que já se havia constatado a simpatia da militância petista por Guilherme Boulos.

Neste sentido – penso – que o compromisso firmado nas eleições de 2022 (por ocasião de Boulos abrir mão de concorrer a governador para apoiar Fernando Haddad) e, sobretudo, a manifesta simpatia da militância petista pelo psolista são componentes, que não se excluem, mas, antes, se complementam e de tal forma, que o resultado teve como desfecho: a aprovação, no Congresso, do nome de Guilherme Boulos.

O acerto desta Tática Eleitoral consiste antes de mais nada, em valorizar a militância em suas escolhas; militância esta que é, sabidamente, a poderosa força viva que faz o PT ter a grandeza e a magnitude que tem.

O acerto desta Tática Eleitoral funda-se também na convicção correta de que a popularidade de Lula irá impulsionar votos nos proporcionais de nossa legenda possibilitando, inclusive, a ampliação do número de vereadores e não sua redução.

O acerto desta Tática Eleitoral consiste em potente forma de comunicação com os eleitores, uma vez que, transmite a mensagem vibrante da real preocupação do Partido dos Trabalhadores, que é contribuir para a melhoria da Cidade, independentemente do candidato a Prefeito ser, nesta próxima eleição municipal, um nome de nossa legenda.

Este desapego político, que comunica autenticidade de intenções; a popularidade de Lula como o grande trunfo para expandir nossos proporcionais em São Paulo e a madura compreensão política de acolher a vontade da base, isto é, da militância petista, se constitui tudo em fator que, todos, embricados, cooperaram, simultaneamente, para que o PT faça história no tabuleiro político, sobretudo, em virtude não só da ousadia tática, mas também da firme altivez com que declina de ser cabeça de chapa. Porque – e isto não é apenas um detalhe, em si, memorável – é, antes de tudo, um fator surpresa e muito surpreendente; afinal, é preciso ter grandeza política para, enquanto partido, não se incomodar com o crescimento alheio.

Uma Tática Eleitoral assim tão acertada e ousada, que rompe com a mesmice de sempre do que, eleitoralmente, é previsível; uma Tática Eleitoral, que está a anos-luz da compreensão da política daqueles que avaliam a correlação de forças, tendo seu ego como a medida de todas as coisas; uma Tática Eleitoral assim, calculada, realista, pragmática e, em breve vitoriosa, exibe a força e a potência do PT que por sua grandeza está a altura do Brasil, que é um gigante pela própria natureza.

Além disso, o lema presente no brasão da cidade de São Paulo Non Ducor Duco , expressão latina que quer dizer Não sou conduzido, conduzo, ajusta-se perfeitamente à Tática Eleitoral de nosso Partido.

O Partido dos Trabalhadores, ainda que não seja cabeça de chapa na próxima eleição municipal, conduz e não é conduzido, pelo escrutínio que se avizinha.

E conduz porque o nome escolhido para a disputa eleitoral será conduzido à vitória pela militância petista valorizada em sua vontade soberana; conduz porque no acerto o futuro vice-prefeito ou a futura vice-prefeita será um nome petistas; conduz porque o plano de governo a ser celebrado deve ser discutido com o PT, que irá com muito e árduo trabalho conduzir Boulos à vitória  (porque quem dúvida que só com o PT o Boulos tenha condições de ser conduzido à Prefeitura?), aliás, ser conduzido sem a vitalidade todo-poderosa da militância petista que conduz, não é isto impossível?

Por isso, ainda que o ator político principal não seja do PT, o fato é que o PT continua sendo o principal ator político no cenário eleitoral, e que, assim, conduz a marcha dos acontecimentos e explícita a mensagem de nossa Tática Eleitoral – e penso – que mesmo sem hegemonismo, o PT pronuncia:

NON DUCOR DUCO

Charles Gentil
Presidente do Diretório Zonal PT do Centro

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