“Temos de ter a consciência de que cuidar da Amazônia não é apenas cuidar da floresta, é cuidar do povo amazônico, que precisa ter qualidade de vida.”
Com essa frase, Lula resumiu, em entrevista a um conjunto de rádios da região amazônica, nesta quinta-feira (3), os planos de seu governo não só para preservar a floresta, mas para garantir melhores condições de vida para a população do Norte do país.
Segundo o presidente, estão previstas várias ações, que vão da realização de eventos internacionais a um plano de combate ao desmatamento e ao crime organizado, passando por diversos investimentos em infraestrutura.
Uma das obras, aliás, já será entregue nesta sexta-feira (3), quando Lula viajará a Parintins (AM) para inaugurar a linha de transmissão de energia Tucuruí, que ligará a cidade amazonense ao Sistema Interligado Nacional (SNI).
Cúpula dos Países Amazônicos
Lula ressaltou também a importância da Cúpula dos Países Amazônicos, que, a partir da próxima terça-feira (8), reunirá em Belém os presidentes dos oito países que abrigam a Amazônia (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela).
Além de fechar uma proposta a ser levada para a Cúpula do Clima da ONU que ocorre no fim do ano nos Emirados Árabes (COP 28), os países devem traçar um plano conjunto de combate ao crime organizado e de apoio ao desenvolvimento da região.
LEIA MAIS: Diálogos Amazônicos começam nesta sexta-feira em Belém
“Vamos fazer um grande debate e tentar convencer nossos parceiros de que precisamos trabalhar de forma unida e coesa para combater o crime organizado e o narcotráfico. E para que a gente possa cuidar do nosso povo que mora nas florestas, nossos ribeirinhos, nossos indígenas, nossos pescadores”, explicou o presidente.
Para isso, além do encontro dos presidentes dos oito países, serão realizadas reuniões com os ministérios de várias áreas, como Justiça, Defesa, Saúde e Educação.
Outra iniciativa que ajudará no desenvolvimento da região será a realização da Cúpula do Clima de 2025 (COP 30) em Belém. Para receber o evento, o Brasil prevê o investimento de R$ 5 bilhões na região, que farão parte do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a ser lançado em 11 de agosto.
Segundo Lula, as obras deixarão um legado para a população paraense e de toda a região Norte. “Só tem sentido você fazer esses investimentos se for para beneficiar o povo da Amazônia. Se não, não tem sentido fazer investimento disse.
Ainda de acordo com o presidente, a realização da COP 30 no Brasil ajudará a conscientizar ainda mais o resto do mundo sobre a necessidade de nos preocuparmos nnao só com a floresta, mas também com a população amazônica.
“Decidimos fazer em Belém a COP-30 para que as pessoas possam conhecer de perto o que é a Amazônia. As pessoas precisam conhecer não só a floresta e nossa fauna, elas precisam conhecer nosso povo”, afirmou.
Combate ao desmatamento e outros crimes
Outra iniciativa antecipada por Lula na entrevista foi um grande plano de segurança para a região a ser implementado pelo governo brasileiro. Da mesma forma como defende uma ação conjunta dos países amazônicos, o presidente quer que governo federal, estados e municípios trabalhem juntos.
O objetivo, segundo Lula, é combater de forma efetiva o desmatamento, o crime organizado, o narcotráfico e o garimpo e a extração de madeira ilegais, crimes que, por sinal, já vêm apresentando queda.
Entre as ações previstas nesse plano de segurança está a instalação de uma base da Polícia Federal em Manaus e programas que premiem os municípios que mais bem combaterem o desmatamento ilegal.
“Não adianta eu tentar combater o desmatamento aqui de Brasília se eu nnao convencer os prefeitos dos municípios onde acontecem as queimadas a ser parceiros do governo. Ao invés de só proibir, vamos estabelecer uma forma de premiar as cidades e os prefeitos que mais bem contiverem o desmatamento”, disse.
Da Redação da Agência PT