O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou, nesta sexta-feira (2) à tarde, a fábrica de ônibus elétricos da Eletra em São Bernardo do Campo, produzidos 100% com tecnologia nacional para o transporte público. Mais cedo, Lula inaugurou o novo prédio de laboratórios da Universidade Federal do ABC (UFABC) no campus São Bernardo.
Lula estava acompanhado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB) e pelos ministros do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, e dos Transportes, Renan Filho, além do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges.
A fábrica, localizada na Rodovia Anchieta, tem capacidade de produzir 150 ônibus elétricos por mês e um total de 1.800 por ano. Com investimento de R$ 150 milhões, a Eletra pretende se tornar líder do segmento na América Latina. A expectativa é que sejam criados 500 empregos nos próximos dois anos.
Lula falou sobre a a sua alegria de estar em uma empresa dirigida por mulheres, em uma clara demonstração de que “as mulheres estão ocupando espaços não só na legislação brasileira”, referência à aprovação pelo Senado do projeto de lei de igualdade salarial entre homens e mulheres.
O presidente da República também defendeu a indústria, setor que já respondeu por 30% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e “hoje representa 10 ou 11%”.
Lula falou sobre as oportunidades que os ônibus elétricos são em termos financeiros e em sustentabilidade, e chamou os prefeitos da região a dialogar com a Eletra sobre possibilidades de renovação de frota escolar, por exemplo.
Para o presidente, é dever do estado brasileiro garantir a sobrevivência das micros, pequenas e médias empresas. “Se nós temos de comprar alguma coisa, temos de valorizar aquele produto brasileiro, que gera emprego no Brasil e melhora a qualidade de vida das pessoas”, disse.
Lula afirmou que o Brasil não vai abrir mão de suas compras governamentais, como quer a União Europeia para fechar acordo comercial. “Se eles não aceitarem a posição do Brasil, não tem acordo. Porque nós não podemos abdicar das compras governamentais que dão a oportunidade das pequenas e médias empresas sobreviverem nesse país”, comentou.
Em seu discurso, o presidente cobrou os cem bilhões de dólares das principais economias do mundo prometidos a nações em desenvolvimento como forma de compensação pela proteção climática.
“O Brasil tem 30 milhões de hectares terras degradas que podem ser recuperadas e dobrar a nossa produção agrícola sem precisar adentrar na floresta amazônica. Aí sim, a gente vai estar trabalhando a questão do carbono com a seriedade que precisa ser tratada”, defendeu.
Se dirigindo aos trabalhadores, Lula recomendou que não parem de estudar, mesmo estando trabalhando. “As pessoas que não estudam têm poucas chances na vida. Por que eu digo isso? Quando eu passo em uma fábrica e vejo o povo trabalhando, até com as mãos sujas, eu acho extraordinário porque não tem nada que dignifique mais o ser humano do que a sua autonomia financeira. A pessoa trabalhar, chegar ao fim do mês, receber o seu salário, comprara as coisas para dentro de casa”, afirmou.
Da Redação da Agência PT