No mês do Dia Internacional das Mulheres, socióloga fala sobre o machismo no mercado de trabalho

Adriana Marcolino - Foto: Foguinho/Imprensa SMetal

Para marcar o mês de celebração do Dia Internacional das Mulheres, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) produziu um estudo que mostra as dificuldades das mulheres chefes de família no mercado de trabalho e expõe o machismo da sociedade.

De acordo com o estudo, a desigualdade no mercado de trabalho sobre a qual as mulheres estão submetidas tem como fundamento a divisão do trabalho entre homens e mulheres. Uma divisão entre o trabalho produtivo e reprodutivo.

Este estudo mostra o que as mulheres vivenciam no dia a dia. O trabalho de cuidar dos filhos e da casa, associado às mulheres no geral é menos valorizado. Considerando essa questão, o mercado reduz o valor da mão de obra feminina, o que significa: menores salários, serviços mais precários, maior informalidade e rotatividade. Por isso, quando se olha pelos dados agregados do mercado de trabalho, se vê que a forma de inserção das mulheres são piores que a de inserção dos homens.

Adriana Marcolino socióloga e técnica do Dieese fala sobre o assunto: “Apesar das mulheres terem aumentado sua participação no mercado de trabalho na última década, de ter aumentado a sua participação em profissões, que antes só tinham a participação de homens, a participação ainda é bastante desigual. Apesar de a gente ser maioria na sociedade, de ter uma presença maior de mulheres na população brasileira, quando a gente olha no mercado de trabalho a nossa participação é menor”.

Segundo Adriana, os dados do estudo mostram que 65% das mulheres que contribuem para o INSS, e 35% estão sem proteção previdenciária, vão ter dificuldade para se aposentar, se sofrerem algum tipo de acidente, não vão ter a cobertura do auxílio doença ou se engravidarem ficarão sem a cobertura previdenciária. Além disso, as mulheres também estão em ocupações que são mais precárias, são maioria entre aqueles que são desalentados ou subocupados. As mulheres também estão concentradas em ocupações tipicamente femininas, como o trabalho doméstico, onde elas são 91% e ocupações da saúde e educação, onde as mulheres ocupam 75% dos postos de trabalho.

“Apesar de todos os avanços, as mulheres ainda recebem em média 21% a menos do que os homens. Essa situação é ainda mais negativa para as mulheres negras e para as regiões norte e nordeste do Brasil. Ou seja, apesar de avanços importantes nas últimas décadas, a luta das mulheres ainda é bastante necessária, precisamos dar passos ainda maiores e mais rápidos”, afirma socióloga.

O DIEESE divulga dois trabalhos para marcar o 8 de março, Dia Internacional da Mulher, em 2023:

– Boletim Especial As dificuldades das mulheres chefes de família no mercado de trabalho: https://www.dieese.org.br/boletimespecial/2023/mulheres2023.pdf
– Infográficos sobre a inserção das mulheres no mercado de trabalho: Brasil, por UF e por setor: https://www.dieese.org.br/infografico/2023/infograficosMulheres2023.pdf

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Diane Costa – Redação do PT São Paulo

 

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