Ontem, domingo(08.01),fomos obrigados a presenciar pelo noticiário, o triste plágio em Brasília, do que, lamentavelmente, ocorreu no Capitólio (EUA); baderna, depredação, revolta antidemocrática, enfim, conduta delinquente de terroristas que, em Brasília, contestaram – e mais uma vez – de forma violenta, o resultado das urnas.
A sede dos três Poderes: o Congresso, o STF e o Palácio do Planalto foram vandalizados – em uma selvageria bárbara – por hordas de criminosos antipatriotas, de extrema-direita, que depredaram também em nome de Deus, aqueles prédios públicos destruindo instalações, mobiliários, documentos e obras de arte, num misto de fúria antidemocrática e transe religioso, o que por si só demonstra o componente explosivo que se forma, quando se funde e confunde com viés autoritário, fé e política visando, com isso, encobrir o banditismo praticado, quer com o falso manto da indignação patriótica, quer com a pregação medieval que busca justificar tal crime, em nome do Senhor.
Sem dúvida deve-se punir de forma exemplar e com todo o rigor da lei, os responsáveis que se prestaram a tão ultrajante prática de balbúrdia extrema: de quem executou e de quem financiou o teatro de caos e destruição em Brasília e que acabou por produzir prejuízo ao erário público.
Não é só. Há ainda de se investigar omissões e conivências de agentes públicos, dos que escoltaram os terroristas ao alvo pretendido para que cumprissem seus desígnios infames e também de autoridades que porventura tenham feito vistas grossas para o vandalismo prometido e que havia sido publicizado – a céu aberto – nas redes sociais.
Além disso, deve-se responsabilizar o comandante e mentor intelectual de toda esta balbúrdia.Deve-se punir o genocida ex-presidente, há fartas provas, vídeos inclusive, de como incitou por quase meia década, a conduta terrorista antidemocrática que, enfim, culminou com o cenário de guerra e destruição, da sede dos três Poderes.
No entanto, as cenas que aconteceram ao arrepio da lei poderão ser renovadas e em uma proporção ainda mais perigosa, se as igrejas continuarem sendo células de formação de terroristas.
Neste sentido, as lideranças religiosas que exploram a fé das pessoas devem ser identificadas e responsabilizadas também, porque sendo o Estado laico fica evidente que, estas lideranças religiosas, ao confundirem num viés autoritário assuntos políticos com religiosos, contribuíram com sua cota parte, para o vandalismo que acompanhamos estarrecidos.
Aliás, deve-se – penso – abrir um canal de comunicação nas igrejas para que fiéis possam denunciar pregações que incitem ao ódio ou que se encubram com a pele de culto quando, na verdade, se converte em palanque de ideologias autoritárias.
A defesa da democracia requer vigilância permanente e a constituição de um fluxo eficaz de comunicação às autoridades constituídas para que, daqui em diante, os atentados à democracia possam ser descobertos ainda enquanto estão em curso objetivando, com isso, que não se volte a presenciar a audácia criminosa destes terroristas, que usam o nome da pátria ou de Deus em vão ou para produzir a barbárie, estes vândalos fanáticos, que clamam pelo caos e pela destruição .
Charles Gentil
Presidente do Diretório Zonal PT do Centro