O povo brasileiro foi duramente golpeado nos últimos seis anos por um projeto de destruição da soberania do país, encampado por setores conservadores e pelo capital estrangeiro.
Após a primeira etapa, o impeachment fraudulento que apeou Dilma Rousseff do poder, em 2016, o golpe contra a democracia avançou com a prisão ilegal de Luiz Inácio Lula da Silva, estratégia bem-sucedida de retirá-lo da disputa presidencial em 2018. 580 dias de prisão e quatro anos depois do esfacelamento institucional do Brasil causado pelo fascismo de Jair Bolsonaro, o povo reagiu e deu a resposta nas urnas, elegendo Lula com 60,3 milhões de votos.
Trata-se da maior consagração eleitoral da história, uma vitória construída pela coligação Brasil da Esperança. Agora, neste dia 1º, os brasileiros celebram a posse de seu maior líder, conferindo-lhe o direito de assumir o mandato de presidente pela terceira vez, na presença recorde de 19 chefes de Estado e representantes de quase 120 países.
Resistente como Lula, o povo brasileiro teve de suportar a morte de 700 mil compatriotas pelo descaso de Bolsonaro com a vida, em quase três anos de pandemia. Além da saúde, os ataques ao povo foram ininterruptos em praticamente todas as áreas da esfera pública: educação, cultura, ciência e tecnologia, meio ambiente, direitos humanos, diplomacia, segurança alimentar, segurança pública, relações institucionais.
Nada escapou ao desmonte das políticas públicas patrocinado pela crueldade incontrolável de Bolsonaro. O resultado deste desgoverno que finalmente se encerra é a fome crônica de 33 milhões de pessoas. Mais da metade da população tem hoje algum tipo de insegurança alimentar. Mais de 70% da população está endividada, o desemprego castiga quase 11 milhões de trabalhadores. A violência explodiu, com ataques aos povos indígenas e quilombolas.
A hecatombe só não foi maior graças à atuação dos partidos de oposição no Congresso, em especial do Partido dos Trabalhadores que, sob a liderança incansável da presidenta Gleisi Hoffmann, montou uma trincheira na Câmara e no Senado para defender os direitos do povo brasileiro. Foi a oposição, por exemplo, que lutou e garantiu R$ 600 de auxílio no momento em que a população vulnerável mais precisou.
Agora, renovado e com uma bancada mais forte, o partido segue na missão de reconstruir o país, apoiando projetos de interesse popular no Congresso. “O povo vai ser tratado com políticas públicas decentes porque é para isso que serve o Estado”, afirmou Gleisi, após a diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no último dia 12.
O futuro chegou
Mais uma vez, o povo teima em transformar o próprio destino, como sempre quis Lula. “Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas. Mas jamais conseguirão deter a chegada da primavera”, previu ele, às vésperas da prisão, naquele que se tornou um dos mais emblemáticos discursos que um líder popular já proferiu na história latino-americana. “É o povo quem vai recuperar esse país!”, bradou Lula, em perfeita consonância com o futuro.
Pois o futuro chegou. Inicia-se, neste 1º de janeiro, um novo tempo, o tempo da harmonia, da prosperidade e da cidadania. É o tempo de acabar com a fome de milhões de brasileiros, de gerar empregos e renda, de proteger e cuidar dos povos indígenas, dos quilombolas, das comunidades LGBTQIA+, das mulheres e das nossas crianças. Tempo de recuperar o bravo Sistema Único de Saúde (SUS), fundamental na pandemia, de investir na educação de nossas crianças e jovens. Tempo de trilhar o caminho do crescimento inclusivo do país, com investimentos públicos em infraestrutura e projetos de desenvolvimento.
Governo com a cara do povo
Como não poderia deixar de ser, a diversidade do povo brasileiro se espelha no novo governo que toma posse a partir deste mês janeiro. “Vai ter mulher, vai ter homem, vai ter negros, vai ter índios, ou seja, nós vamos tentar montar um governo que seja a cara da sociedade brasileira”, declarou Lula, no início do mês, ao anunciar os primeiros ministros. “Esses companheiros que estão aqui são companheiros aptos. Eu diria que são pessoas da mais extraordinária qualificação e qualidade”.
Lula prometeu e cumpriu. O novo ministério terá cinco negros e 11 mulheres (uma indígena), a maior inclusão feminina já registrada em um governo brasileiro. “Estou feliz porque nunca antes na história do Brasil teve tantas mulheres ministras. Nunca antes tivemos uma indígena ministra dos povos indígenas”, atestou o presidente, no último anúncio ministerial no dia 29.
Representante fiel da pluralidade do país no Congresso Nacional, o PT consagrou-se como a maior força do campo progressista na América Latina nestas eleições. Por isso, também terá papel fundamental na reconstrução nacional, sobretudo na área econômica e social. No novo governo Lula, a legenda será responsável pela gestão de nove pastas, entre elas, Fazenda, Desenvolvimento Social, Educação, Desenvolvimento Agrário, Trabalho, entre outras.
Proteção à democracia
É hora de festejar uma das maiores e pulsantes democracias do mundo, sem esquecer, contudo, de nossa história recente, cujos acontecimentos nos servem de lição. Um alerta perene de que nossa democracia precisa ser sempre protegida, como defendeu Lula durante toda a sua vida pública. “Poucas vezes na história desse país a democracia esteve tão ameaçada, a vontade popular foi tão colocada à prova e teve que vencer tantos obstáculos para enfim ser ouvida”, lembrou o presidente eleito, no dia de sua diplomação, no último 12.
“Na minha primeira diplomação em 2002, lembrei da ousadia do povo brasileiro em conceder, para alguém tantas vezes questionado por não ter diploma universitário […] Eu quero pedir desculpas pela emoção, porque quem passou o que eu passei nesses últimos anos, estar aqui agora é a certeza de que Deus existe”, disse Lula, tomado pela emoção, na cerimônia.
A eleição de Lula é resultado da ousadia dos brasileiros, que se alimentam todos os dias de esperança. O povo brasileiro ousou novamente. E continuará ousando para moldar o destino de prosperidade da Nação. Viva Lula presidente!
Da Redação da Agência PT