Lula fez, nesta quarta-feira, em Juiz de Fora (MG), um discurso veemente contra as privatizações das empresas públicas, que o governo Bolsonaro insiste em levar adiante, tentando entregar o patrimônio nacional a toque de caixa e a preço de banana.
“Eu quero dizer ao governo brasileiro e aos empresários: parem de tentar privatizar as nossas empresas públicas. Quem se meter a comprar a Petrobrás vai ter que conversar conosco após a eleição”, afirmou (assista à íntegra abaixo).
E prosseguiu, fazendo a defesa de outras estatais: “Parem de tentar privatizar a Eletrobrás. Porque, se não fosse a Eletrobrás, não teria o Programa Luz Pra Todos, que custou R$ 20 bilhões e só pôde ser feito porque a empresa era pública”.
“Parem de privatizar os Correios. Não tentem privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o BNDES, o BNB e o Basa. Aprendam a trabalhar, aprendam a investir. Aprendam a fazer política econômica ao invés de vender as coisas que já estão prontas”, completou.
O ex-presidente, que se reuniu com movimentos sociais em uma plenária que encerrou sua agenda por Minas Gerais, tem insistido que, ao vender as empresas públicas, o governo sabota a soberania brasileira e retira do Estado a capacidade de ser um indutor do desenvolvimento nacional.
Ele lembrou que a venda da BR Distribuidora, que fazia parte da Petrobras, fez com que o Brasil passasse a importar mais gasolina, o que tem ajudado a subir os preços dos combustíveis.
“E o presidente da República, em vez de ter coragem de colocar a mão e resolver o problema, fica trocando de presidente da Petrobrás e de ministro de Minas e Energia. Ele na verdade não sabe o que está fazendo neste país”, denunciou.
Em seguida, Lula criticou Jair Bolsonaro por flertar com o golpismo e colocar em dúvida as urnas eletrônicas. “Ele está dizendo que a urna eletrônica vai dar em roubo. Sabe por que eu confio na urna eletrônica? Porque se pudesse roubar nela, um torneiro mecânico não teria sido eleito presidente da República duas vezes”, disse, referindo-se às próprias eleições, em 2002 e 2006.
Agradecimento ao SUS
Lula ainda disse que está disposto a concorrer novamente à Presidência porque os brasileiros não merecem mais quatro anos de um governo sem apreço nenhum à vida da população.
“Num governo meu, não tinham morrido 640 mil pessoas por falta de vacina. Quando eu era presidente, surgiu uma gripe, a H1N1, em três meses, a gente vacinou 83 milhões de pessoas neste país. O país tem cultura de vacina”, garantiu.
Depois, elogiou os profissionais da saúde, que evitaram que o número de vítimas da Covid-19 fosse ainda maior. “Eles tratavam o SUS como se o SUS não valesse nada. A televisão só botava desgraça do SUS. Veio a pandemia e, graças a Deus, eles começaram a enxergar o valor do SUS e o valor dos funcionários do SUS, que trabalham com baixos salários, mas se dedicaram, contra a vontade do governo, contra a vontade desse negacionista, para salvar o povo.”
Margarida Salomão saúda Lula
Antes de Lula, representantes de movimentos sociais e lideranças políticas de Minas Gerais falaram. A prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT), saudou Lula.
“O que é isso que nós temos aqui hoje? Essa belíssima festa democrática. Sabem o que é isso? É um ato de amor. É o amor que nós sentimos pelo nosso país, que é tão bem representado pela vida, pela luta, pela teimosia do presidente Lula”, disse a prefeita.
Da Redação