O diretório municipal do PT São Paulo realizou no último sábado (2/4), o primeiro debate do ciclo de debates online para elaboração do programa de governo Lula e Haddad. A ex-ministra do desenvolvimento social e combate à fome, Tereza Campello falou sobre planejamento estratégico para construção do programa de governo e Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobrás falou sobre desenvolvimento econômico, sustentado e o papel do estado.
Durante o debate, Tereza destacou a necessidade de priorizar ações de combate à fome, melhoria das condições do mercado trabalho e o enfrentamento das desigualdades olhando classe social, mas também gênero e raça.
Outra questão destacada por ela, é que as frentes social, ambiental e econômica são indissociáveis na construção de políticas públicas para um programa de governo.
Tereza ressalta que com Lula e Dilma tivemos 25 anos de fortalecimento, crescimento e construção que vinha avançando no estado de direito. Após o golpe, foram sete anos de desmonte e destruição, acelerado.
Segundo ela, a situação de desemprego hoje não foi causada pela pandemia. “O nível de desemprego hoje é similar ao que a gente vivia antes da covid chegar no Brasil. A pandemia, de certa forma, antecipou algumas tendências colocadas no mercado de trabalho no Brasil e no mundo”, afirma Tereza Campello.
De acordo com a ex- ministra, os grandes alicerces que montavam o mercado de trabalho no Brasil começaram a ser destruídos com o golpe, a destruição da CLT, dos empregos formais. “40% da população ocupada está completamente sem proteção no mercado de trabalho. Grande parcela da população é pobre, apesar de trabalhar, e trabalhar muito, vive na pobreza e na insegurança alimentar”, diz ela.
Tereza também aponta que as propostas de construção para o mercado de trabalho terão que enfrentar as desigualdades, olhando classe social, mas também gênero e raça. Os dados mostram a situação de fome no Brasil em maioria, são vivenciadas por mulheres, e mulheres negras.
Combustíveis e energia elétrica
O ex-presidente da Petrobrás Sérgio Gabrielli falou sobre a questão dos combustíveis e energia elétrica no Brasil e em São Paulo. De acordo com ele, o Brasil vive um grave problema de desmonte do setor de energia com a privatização da Eletrobrás, a principal empresa de energia do Brasil.
Outra questão apontada por Gabrielli é o completo desmonte do governo Bolsonaro na atuação do estado na área do petróleo, de gás e energia elétrica, abandonando qualquer perspectiva de segurança energética do país.
“Não é possível pensar em um projeto de soberania nacional, de desenvolvimento nacional, sem energia e sem a intervenção do estado. O governo Bolsonaro caminha celeremente para acabar com a intervenção do estado neste setor”, afirma Gabrielli que ressalta: “Precisamos abrasileirar os preços dos combustíveis. Levar em conta que nós produzimos as condições no Brasil”.
Segundo Gabrielli, a militância tem o desafio de lutar contra a privatização da Eletrobrás e lutar para reconstituir a capacidade da Petrobrás de intervir tanto no mercado de gás, quanto no mercado de derivados, ampliando a capacidade de refino e adotando mecanismos que reduzam o impacto dos preços sobre os consumidores.
No plano estadual, Gabrielli alerta a necessidade de olhar com mais cuidado a regulação no que se refere ao refino, adotar mecanismos que possam estimular a expansão da energia solar e eólica no estado de São Paulo.
Diane Costa da Redação do PT São Paulo