Pimenta: Mídia brasileira bajula Moro e ignora Lula, líder nas pesquisas

Zeca Ribeiro

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) criticou hoje (1º) duramente a mídia empresarial brasileira por “ignorar completamente” o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no noticiário, embora seja o líder de todas as pesquisas eleitorais relativas às eleições presidenciais de 2022. “Não encontro esse parâmetro em nenhum lugar do mundo, um pré-candidato que lidera todas as pesquisas, em todos os cenários de 1º e 2º turno, mas simplesmente não é ouvido pelas TVs abertas, canais a cabo, jornais e revistas”, denunciou Pimenta.

Ele assinalou que o papel vergonhoso dos conglomerados midiáticos do País ficou agora explícito, quando passaram, recentemente, a dar um “tratamento patético” ao ex-juiz Sérgio Moro, responsável por uma perseguição política e judicial contra Lula em processos fraudados que foram anulados pelo Supremo Tribunal Federal. “A mídia se desdobra para dar espaços para entrevistas de Moro, oferecendo sessões de bajulação. Não é jornalismo, pois não há nenhuma pergunta sobre questões centrais”, observou o parlamentar.

Juiz ladrão

Segundo Pimenta, só um grande jornal já publicou 15 manchetes favoráveis ao ex-juiz que se lançou como pré-candidato à Presidência da República. Conforme sublinhou Pimenta, o ex-juiz foi considerado pelo STF como “suspeito e ladrão”, mas a imprensa brasileira ignora o fato. Recordou que os jornalistas da chamada grande imprensa deveriam questionar, por exemplo, “as relações de Moro com os Estados Unidos” e sua contratação milionária por uma norte-americana que atua na recuperação judicial de empresas que o ex-juiz quase quebrou.

“Em que lugar do mundo existe isso, um pré-candidato que lidera todas as pesquisas e ninguém da mídia comercial fala com ele?”, provocou Pimenta, lembrando que Lula lidera as pesquisas com aproximadamente 40% dos votos. Entretanto, conforme lembrou, além do espaço a Moro, ainda dão cobertura ampla a outros sem expressão nas pesquisas.

A Globo News, canal pago das organizações Globo, chegou a promover debate sobre prévia do PSDB, cujo pré-candidato não passa de 3% das intenções de voto, disse o deputado. Pimenta destacou que Lula, em recente viagem à Europa, foi tratado como chefe de Estado e com grande cobertura da mídia europeia, enquanto jornais e TVs do Brasil continuam ignorando-o.

Bolsonaro e Moro, a mesma cara

O deputado lembrou que Moro atuou como cabo eleitoral de Jair Bolsonaro, condenando Lula arbitrariamente para afastá-lo das eleições de 2018. Em plena campanha eleitoral, divulgou uma delação fraudulenta do ex-ministro Antônio Palocci contra Lula para favorecer a vitória de Bolsonaro, de quem depois se tornou ministro da Justiça. O jornal Nacional usou 14 minutos da delação fraudulenta, observou Pimenta.

“Moro e Bolsonaro são a mesma pessoa, como lembrou a própria esposa do ex-juiz. Moro é um Bolsonaro educado, de perfume, assim como o (ex-procurador) Deltan Dallagnol é um Carluxo de grife”, comentou Paulo Pimenta. Ele disse que a indústria de fake news foi inaugurada no Brasil pela chamada força-tarefa da Lava Jato, para manipular a opinião pública com mentiras e robôs. “Depois, associaram-se com Bolsonaro”, afirmou.

Para Pimenta, a mídia brasileira está em uma articulação para criar uma nova aventura, como a que levou à eleição do neofascista Bolsonaro. Segundo ele, a mídia teve papel central no golpe que derrubou Dilma Rousseff em 2016 e na farsa judicial que tirou Lula das eleições de 2018 e o levou a passar 580 dias preso em Curitiba.

Ele disse que não se pode esquecer que Moro tornou-se ministro da Justiça e homem de confiança de Bolsonaro e de seus filhos. “Quem pode imaginar que ele não sabia que das relações de Bolsonaro com milicianos, Fabrício Queiroz, o crime organizado e atos antidemocráticos contra o STF?”, indagou.

Pimenta desafiou Moro e Dallagnol a fazerem um debate com ele. Assinalou que ambos são protegidos pela mídia, mas agora que se lançaram na política, é preciso que debatam com opositores. Ele disse que Moro e Dallagnol promoveram a “farsa a jato”.

Do PT na Câmara

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