José Claudio de Paula: Antipetismo e oportunismo

  1. A especulação mais recente sobre candidato a vice na chapa do presidente Lula acabou ocupando muito espaço nas redes sociais;
  2. De um lado estão antipetistas conservadores como a Janaina Paschoal, que se acham com autoridade suficiente para “aconselhar” algum tipo de encaminhamento para o Partido dos Trabalhadores;
  3. De outro lado estão aliados como Valério Arcary, que buscam aproveitar a situação para flertar com um certo descontentamento militante existente no PT, na tentativa de repetir o que houve no ano passado, quando dialogou com pessoas que, descontentes com a escolha petista, preferiram apoiar candidatura de outro partido político, ainda no primeiro turno;
  4. O ponto de partida da especulação mais recente foi uma notícia, plantada em uma coluna do jornal Folha de São Paulo. A origem da informação e os comentários sobre a fofoca revelam os interesses de quem plantou a notícia;
  5. Querem atacar o PT, e contam com inimigos históricos, como Janaina Paschoal, e com legendas da esquerda que têm a pretensão de ocupar o espaço do Partido dos Trabalhadores;
  6. Nem pessoas como Janaina Paschoal vão desistir de atacar o PT. Nem partidos políticos como o de Valério Arcary vão desistir de ocupar espaço na esquerda brasileira. No caso do Psol, especificamente, pode-se discordar do métdo utilizado, mas jamais se deve questionar a legitimidade (e a necessidade) de crescimento de todos os partidos de esquerda;
  7. Para mudar o Brasil e o mundo é necessário que sejamos fortes. O fortalecimento de partidos políticos como o Psol, o PCdoB e o PCO será essencial para as batalhas conjunturais no enfrentamento do fascismo, e para a guerra contra a organização da sociedade capitalista;
  8. O capitalismo incentiva o enriquecimento de uma minoria e, ao mesmo tempo, empurra uma multidão de seres humanos para a fome e para a miséria. A situação é revoltante. É esse sistema que temos que superar. É inaceitável, entretanto, que o fortalecimento da esquerda aconteça com o enfraquecimento do PT;
  9. Outros aspectos da tentativa de ocupar espaço na esquerda devem ser firmemente combatidos, sob pena de que argumentos falaciosos tenham, como referências principais, a mentira e a assimilação de costumes da política tradicional;
  10. Não é verdade, por exemplo, que o PT não tenha um projeto para o país. O Plano de Reconstrução e de Transformação do Brasil (https://fpabramo.org.br/…/plano-de-reconstrucao-e…/), elaborado através da Fundação Perseu Abramo, é o conteúdo programático que pode funcionar como ponto de partida para qualquer debate público. É puro oportunismo e desonestidade intelectual que pessoas do quilate do Valério Arcary sejam ignorantes sobre isso;
  11. Também não é automático que qualquer apoio nacional signifique, automaticamente, um apoio estadual. As duas coisas não se equivalem. A prioridade é derrotar o neoliberalismo, o que nos exigirá, especialmente em São Paulo, capilaridade organizativa e conteúdo programático, coisas que, ao menos por enquanto, são prerrogativas do Partido dos Trabalhadores;
  12. É importante que fique claro, também que qualquer decisão sobre aliança política ou eleitoral do PT cabe às instâncias organizativas do partido. Mônica Bérgamo, ou a publicação para a qual ela trabalha, nunca terão a prerrogativa de direcionar nossas discussões internas.
    (José Claudio de Paula é militante do Partido dos Trabalhadores e filiado ao Diretório Zonal de Santo Amaro)

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