Mais pobres são as maiores vítimas da inflação de Bolsonaro

Uma conjunção de fatores tem operado para que as famílias com menor rendimento sofram mais intensamente os efeitos da inflação galopante do desgoverno Bolsonaro. O Indicador de Inflação por Faixa de Renda do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que a inflação das famílias de renda baixa e muito baixa registrou alta de 0,91%, em agosto, chegando a 10,63% no acumulado em 12 meses (em julho, foi de 10,05%).

“A pressão inflacionária continua maior nas classes de rendas mais baixas comparativamente à observada nos grupos de renda mais alta. Em agosto, enquanto a inflação das famílias de renda muito baixa e de renda baixa apontou altas de 0,91%, a das famílias no estrato superior de renda apresentou variação mais amena (0,78%)”, afirma em relatório Maria Andréia Lameiras, responsável pela pesquisa.

Segundo ela, “no acumulado do ano, as famílias de renda baixa e média-baixa são as que apresentam as maiores taxas de inflação (5,9%). No acumulado em doze meses, a inflação das famílias de renda muito baixa (10,63%) segue significativamente acima da registada pela classe de renda alta (8%)”.

A carestia dos alimentos no domicílio (16,6%), da energia elétrica (21,1%), do gás de botijão (31,7%) e dos medicamentos (5,6%) derrubou ainda mais o já depauperado poder de compra das famílias mais pobres. Elas recebem rendimento domiciliar inferior a R$ 1.808,79 por mês.

Entre as famílias com rendimento baixo, entre R$ 1.808,79 e R$ 2.702,88, agosto registrou inflação de 0,91%, contra 1,07% de julho. Na faixa com rendimento domiciliar entre R$ 2.702,88 e R$ 4.506,47 (renda média-baixa), a inflação foi de 0,90% em agosto, contra 1,01% em julho.

Entre os mais ricos, com rendimento domiciliar superior a R$ 17.764,49 por mês, o avanço nos preços foi de 8,04% no acumulado dos 12 meses até agosto. É a menor marca da pesquisa do Ipea.

Na última quinta-feira (9), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já apontava que a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), havia alcançado 9,68% no acumulado de 12 meses até agosto, puxada pelas altas nos preços da gasolina, contas de luz e carnes. Em 16 capitais, o índice já chegava aos dois dígitos no acumulado de 12 meses.

O Ipea constatou que o grupo de alimentação foi o que mais contribuiu para a alta inflacionária das famílias dos três segmentos de renda mais baixa. Já para as três faixas de renda mais alta, o maior impacto veio do grupo de transportes.

Segundo a instituição, para as famílias com menor renda, foi registrada deflação em itens importantes como arroz (-2,1%), feijão (-1,7%) e óleo de soja (-0,4%). Mas os aumentos de preços das proteínas animais, especialmente frango (4,5%) e ovos (1,6%), além da batata (20%), do açúcar (4,6%) e do café (7,6%), explicam a pressão inflacionária que vem dos alimentos.

Já a alta inflacionária do grupo de transportes deve-se aos reajustes de 2,8% da gasolina e de 4,7% do etanol, combinados com a alta nos preços dos automóveis novos (1,8%) e dos serviços de aluguel de veículos (6,6%). O grupo de habitação foi o terceiro que mais influenciou todas as faixas de renda, puxado pelos reajustes de 1,1% da energia elétrica, de 2,7% do gás encanado e de 2,4% do gás de botijão

Veja porque Bolsonaro e Guedes são os principais responsáveis pela volta da inflação galopante aqui.

Da Redação da Agência PT

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