Simão Zygband: Manifestações mostram que agora só restou uma via

Reprodução CET

Literalmente “flopou” (fracassou) a manifestação de “fora Bolsonaro” realizada em algumas capitais do país. Eles são majoritariamente racha do bolsonarismo, com a inexplicável participação de partidos consequentes como o PCdoB, PSB e PDT (estes dois últimos bastante indefinidos), além da eventualíssima  presença de uma única deputada estadual do PSOL/SP, Isa Penna, que descumpriu determinação da direção partidária de não participar do ato.

Mesmo tendo a direção do PT “liberado” a militância, não houve presença de petistas no ato chamado pelo suspeito Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem pra Rua. Havia o entendimento que esta manifestação não pertencia aos apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder disparado nas pesquisas de intenção de votos.

Os petistas sentiram de longe o cheiro de “algo podre” no ar e não caíram no “canto da sereia”. Não foram poucas as acusações de que o PT “não quer o impeachment” de Bolsonaro, que quer que ele “fique sangrando” no poder até as eleições de 2022, que era necessário reforçar “qualquer ato” Fora Bolsonaro, por que “até a URSS havia se unido aos EUA para derrotar Hitler” (o que é uma meia verdade, pois na verdade, os soviéticos foram traídos pelos americanos e ingleses e enfrentaram sozinhos as tropas de Hitler).

As manifestações fracassadas do bolsonarismo arrependido, tiveram a presença de todos os candidatos da chamada terceira via, como o oscilante Ciro Gomes (PDT), o presidente do Novo, João Amoedo, um tal de senador Alessandro Vieira (Cidadania/SE), o “perigoso” governador de São Paulo, João Doria, além de uma constelação de apoiadores do golpes e da liquidação dos direitos dos trabalhadores como Kim Kataguiri (DEM/SP), Tábata Amaral (sem partido) e o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL/AM).

Para complicar ainda mais as manifestações do bolsonarismo arrependido (exceto Ciro Gomes, que fraquejou no apoio a Fernando Haddad nas eleições de 2018, indo passear em Paris no segundo turno), alguns manifestantes ligados ao Vem Pra Rua (VPR) se deram ao trabalho de levar para as ruas um boneco inflável mostrando Bolsonaro e Lula (este vestido com roupas de presidiário), apesar do ex-presidente ter sido absolvido de 18 processos “plantados” pelo ex-juiz Sérgio Moro. Marcou bem o acerto na posição do PT e da CUT de não engrossar os ato dos fascistas arrependidos.

Mais do que mostrar que uma terceira via é praticamente inviável, as fracassadas manifestações deste domingo mostram claramente a divisão e o racha na extrema direita bolsonarista (o que enfraquece o sujeito que indevidamente ocupa a presidência da República), mas também o vigor e o tamanho do apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O PT e os demais partidos alinhados à Lula (espera-se que o PCdoB retome seu curso natural), pretendem realizar uma manifestação da Campanha #ForaBolsonrao no dia 2 de outubro, que certamente contará com muito mais gente nas ruas das principais capitais e cidades brasileiras. Ela vai mostrar que neste momento só existe uma única via e esta via é Luiz Inácio Lula da Silva.

Simão Zygband é jornalista com passagem pelas TVs, jornais, rádios e assessorias de imprensa parlamentar e de administrações públicas. Foi coordenador de Comunicação no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Em fevereiro de 2020, lançou o livro “Queimadas da Amazônia – uma aventura na selva”. É conselheiro eleito do Plano Municipal do Livro, Literatura, Leitura e Bibliotecas de São Paulo (PMLLLB)

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