No dia em que Luiz Inácio Lula da Silva lançou o livro e plataforma digital Memorial da Verdade, para denunciar o lawfare movido por setores do Judiciário contra ele e o Partido dos Trabalhadores, as garras do golpismo das oligarquias foram expostas. Desta vez, na forma de um relatório escrito por um economista a serviço do banco Santander, Victor Candido.
O texto foi enviado a clientes e operadores financeiros do banco na quarta-feira (11), mas veio à tona em reportagem publicada no dia seguinte por Andy Robinson, enviado especial na América Latina para o portal Ctxt.
BANCADA DO PT NA CÂMARA ACIONA PGR CONTRA AMEAÇA GOLPISTA
Após afirmar que “ninguém apoiará um golpe em favor de Bolsonaro”, Candido propôs outro golpe. Argumentando que a perspectiva de retorno de Lula ao poder seria “um problema na eleição de 2022”, sonhou alto: “É possível especular sobre um golpe para evitar o retorno de Lula. Ele era inelegível até outro dia, por exemplo, pode voltar a sê-lo”, concluiu.
No Twitter, a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), denunciou o relatório. “Declaração de economista do Santander sobre barrar Lula mostra como o mercado está de mãos dadas com o golpe pretendido por Bolsonaro e cia. É a junção do capitalismo selvagem com o fascismo, a pior combinação possível e a sociedade que se dane. Deplorável!”, publicou em seu perfil na noite de quinta.
Lucros às custas de demissões e fechamento de agências
No início da tarde, Gleisi voltou ao Twitter, para combater em uma segunda frente: o artigo assinado por Pedro Passos, dono da Natura, Pedro Wongtschowski, do grupo Ultra, e Horácio Lafer Piva, ex-presidente da Fiesp. O texto “Nem Lula, nem Bolsonaro”, publicado no Estado de S. Paulo, foi outra demonstração de que alguns dos grandes empresários estão dispostos a tramar novamente contra a soberania popular.
“A solução não está nem em Lula nem em Bolsonaro. O voto é livre e soberano, mas, de tão sério, precisa ser exercido com alto grau de discernimento”, ensinam os endinheirados da Avenida Faria Lima. Em tom pomposo, sentenciam: “Persistir no que já se mostrou errado não será apenas burrice, será covardia. E, se há que voltar à História, covardia é palavra vã no vocabulário do brasileiro”.
Mais uma vez, a presidenta nacional do PT precisou explicar o que já é óbvio para a maioria dos entrevistados em qualquer das pesquisas de opinião, sempre favoráveis a Luiz Inácio. “Artigo de três ricaços no Estadão hj repete o blablabá de “nem Lula nem Bolsonaro”. Igualar os dois é mentira maior q as pedaladas do golpe e as promessas de Paulo Guedes q eles apoiaram. Lula é democracia c/ crescimento e justiça social, Bolsonaro é fascismo c/ recessão e miséria”