Religiosos pedem impeachment de Bolsonaro por negligência no combate à pandemia

Um novo pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro foi apresentado na tarde desta terça-feira, 26. Desta vez, assinado por religiosos críticos ao governo. Na lista estão padres católicos, anglicanos, luteranos, metodistas e também pastores. O pedido tem apoio do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, da Comissão Brasileira Justiça e Paz da Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) e da Aliança de Batistas do Brasil. A presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), e os deputados José Guimarães (PT-CE) e Carlos Zarattini (PT-SP) acompanharam a apresentação do pedido.

Lideranças religiosas e parlamentares do PT na entrega do pedido de impeachment de Bolsonaro. Foto: Lula Marques.

O pedido, formulado pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, é centrado na denúncia dos crimes de responsabilidade referentes à área de saúde. De acordo com o pedido, os autores denunciam o manejo criminoso das políticas sanitárias durante a pandemia e o não acesso à vacina. Os religiosos caracterizam que o presidente agiu com desprezo pela vida dos cidadãos e cidadãs brasileiras usurpando-lhes o direito à saúde. Assim, alegam, infringindo assim diversos artigos da Constituição Federal, principalmente o artigo 196 e os seguintes.

Um dos signatários do pedido, o monge menonita Marcelo Barros – teólogo ligado à Teologia da Libertação – afirmou que Jair Bolsonaro, desde sua campanha, tem se beneficiado da divulgação de notícias falsas e da “utilização absolutamente desonesta da religião, de Deus e da Fé”. “Um dos gritos dessa força que trouxe o atual presidente ao poder era “Deus acima de todos”. Muitos religiosos e religiosas das mais diversas religiões precisavam vir a público para dizer que não estamos de acordo com esta instrumentalização da religião”, disse.

Romi Márcia Gomes, pastora da Igreja Luterana, na entrega do pedido de impeachment de Bolsonaro por negligência no combate à pandemia. Foto: Lula Marques

“Uma parcela da igreja deu um apoio acrítico e incondicional ao Bolsonaro independentemente do discurso que ele defendia. Queremos mostrar que a fé cristã precisa ser resgatada e que a igreja não é um bloco monolítico”, disse ao jornal Estado de S. Paulo o teólogo Tiago Santos, um dos autores do pedido de impeachment. O bispo primaz da Igreja Anglicana do Brasil, Naudal Alves Gomes, a presidente da Aliança de Batistas do Brasil, Nívia Souza Dias, e os teólogos Lusmarina Campos Garcia, Leonardo Boff e Frei Betto também estão entre os signatários da ação.

Dom Mauricio Andrade , representante da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, na entrega do pedido de impeachment de Bolsonaro por colocar a vida dos brasileiros em risco. Foto: Lula Marques

Quem assina

O pedido é assinado pelos seguintes movimentos::

  • Aliança de Negras e Negros Evangélicos do Brasil (Anneb)
  • Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara (Cefep)
  • Coletivo Abrigo: Pastoral de educação e assistência social de Porto Alegre – RS
  • Coletivo Empatia Clarifranciscana
  • Coletivo Juventudes, Fé, Ciência.
  • Coletivo de Mulheres das Organizações Religiosas do Distrito Federal (Comordf)
  • Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic)
  • Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB)
  • Cristãos Contra o Fascismo
  • Instituto Catarinense de Juventude (ICJ)
  • Juventude Franciscana do Brasil (Jufra)
  • Liberta – Movimento de Igrejas Libertárias
  • Movimento Fé e Política RS
  • Movimento Social de Mulheres Evangélicas do Brasil (Mosmeb)
  • Movimento Social Religioso do Distrito Federal
  • Mulheres Contra Bolsonaro
  • Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP)

Da Redação da Agência PT com Congresso em Foco

Foto: Lula Marques

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