Apelo da Coordenação Haitiana pela retirada das tropas da ONU do Haiti 12 anos de ocupação, a Minustah tem que partir!

 

De 1 de junho de 2004 a 1 de junho de 2016: já fazem 12 anos desde que o Conselho de Segurança das Nações Unidas aplicou injustamente contra o Haiti o capítulo VII da carta das Nações Unidas. Haiti, o país mais pobre do continente americano não representa nenhuma ameaça para a paz e a segurança internacional.

O Haiti não estava em guerra com nenhum país. A situação de instabilidade que existia no início de 2004, momento em que a primeira República negra do mundo começava a comemorar o bicentenário de sua independência, foi a consequência de um golpe de Estado-rapto fomentado detalhe por detalhe pelas antigas potências coloniais e pelo imperialismo estadunidense contra um presidente eleito democraticamente.

Desde então, forças das Nações Unidas instalaram-se sob a etiqueta de: “Missão das Nações Unidas pela Estabilização no Haiti”(Minustah). A Minustah não resolve nada. Ela não é capaz de reforçar o Estado de direito, a boa governança e a democracia no Haiti. O Estado de direito tornou-se um Estado de não-direito. A corrupção gangrena a governança. A democracia está em perigo. Das três eleições organizadas sob a obediência da Minustah no Haiti, apenas a de 2006 não está marcada pela corrupção do golpe de Estado eleitoral. A Minustah trouxe outros sofrimentos ao povo haitiano. A cólera introduzida no Haiti já deixou mais de nove mil mortos e dez mil contaminados.

O povo haitiano jamais aceitou a presença das forças sobre a terra de Jean Jacques Dessalines e Toussaint Louverture. Ele continua a mobilização pela retirada imediata das tropas da ONU do Haiti. Segundo a ONU 2016 deveria ser o ano do fim da ocupação.

Nessa perspectiva, este ano, novamente, organizações sindicais, progressistas e populares já tomaram a iniciativa de realizar movimentos de protesto contra a presença da Minustah no Haiti por ocasião de seus 12 anos. Um calendário de atividades está sendo preparado.

12 anos de ocupação, já basta!

12 anos de violação da soberania nacional!

12 anos de violação ao direito à autodeterminação do povo haitiano!

12 anos de cólera, de estupros, de roubos, pilhagens, massacres, repressão!

12 anos de mentiras e crimes!

12 anos de fracasso da ONU no Haiti!

Mais do que nunca, o combate pela retirada das tropas da ONU, pela indenização das vítimas do cólera deve ser prosseguir sem trégua.

12 anos de ocupação NÃO! Tropas da ONU fora do Haiti!

Nós, trabalhadores, operários, camponeses, organizações sindicais, estudantes engajados, organizações progressistas do movimento democrático, organizações de mulheres, cidadãos dos bairros populares, mais do que nunca, nós apelamos uma vez mais à solidariedade internacional que nunca nos faltou durante todos esses anos para realizar uma ampla mobilização contra as tropas da ONU no Haiti.

Mobilizemo-nos em primeiro de junho, data em que se completam 12 anos de ocupação do país para dizer: FORA AS TROPAS DA MINUSTAH DO HAITI!

Pedimos às organizações e personalidades do movimento operário e democrático dos diferentes países, em particular do continente, que contribuam para o sucesso das mobilizações nesse período.

Organizações signatárias:

Movimento de Liberdade, Igualdade dos Haitianos pela Fraternidade (MOLEGHAF) : David Oxygene

Central dos Trabalhadores dos Sindicatos do Setor Privado e das Empresas Públicas (CTSP) : Jean Bonald G. Fatal

Movimento dos Estudantes pela Liberdade do Haiti (MELA) : Guy Laurore Rosenez

GRENADYE 07 : Lucien Gymps

Escritório dos Advogados Internacionais (BAI) : Me Mario Joseph

Sindicato Nacional das Artes (SYNTART) : Jean Philippes Stheves

Movimento Popular Geração Dessalines (MPJD) : Bely J. Ronald

GLOBS : Raymond Davius

Combatentes pela Mudança : Angelo Adrien

Jornal Liberdade Haiti : Yves Pierre Louis

Plataforma Filhos de Dessalines (Pitit Dessalines) : Gary Lindor

Movimento dos Empregados Demitidos de Empresas Públicas : Gardy Lumas

Movimento dos Estudantes pela Mudança : James Romain

Partido Revolucionário pela Organização e o Progresso (PROP)

 

 

 

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