Enquanto comia metade de um pastel e bebia refrigerante em uma das bancas do mercado, o governador ouviu eleitores que, aos berros, reclamavam da falta de água nos bairros onde moram.
“Olha a falta d’água!”, gritava Mariana Lima, estudante de 20 anos.
“Lá na minha casa, na Brasilândia (zona norte), a gente não tem água.”
Outros dois rapazes faziam coro aos protestos de Mariana durante a parada de Alckmin na banca de pastel.
Eles atacaram o tucano, culpando-o pela crise de abastecimento no Estado e também acusaram Alckmin de “não fazer nada”, mesmo depois de seu partido ficar por várias gestões na administração estadual.
“Estão há 20 anos no governo e não fazem nada”, berrou um deles. “Olha o mensalão tucano”, gritou o outro.
A reação de Alckmin para todas as reclamações foi a mesma: ele sorria e continuava a comer a metade de seu pastel de queijo.
O governador já ia deixando o mercado quando ouviu outra manifestação de um eleitor que passava de carro na frente do local.
“O PSDB acabou. Acabou junto com a água”, gritava ele pela janela, parado com o carro no semáforo.
Alckmin não se dirigiu ao rapaz que gritava no meio da rua.
Apenas entrou no carro e deixou o mercado.
Na semana passada, o governador passou por uma saia-justa durante visita ao Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), no centro de São Paulo.
Alckmin foi cobrado por um grupo de dependentes químicos internados naquela unidade por melhorias estruturais.
Eles também se queixaram da falta de funcionários, de material e até de comida.
Outro usuário abordou o tucano para reclamar que era obrigado a passar noites em um sofá do Cratod, por causa da falta de leitos.
Depois que Alckmin encerrou sua visita, o rapaz disse aos jornalistas que um segurança do Cratod chegou a pagar do bolso um almoço para ele, pois não havia comida na unidade.
Fonte: O Estado