Leia na íntegra o discurso de Jilmar Tatto no lançamento de sua candidatura a prefeito de São Paulo

Reprodução Live da Convenção

Estou muito emocionado. Hoje é um dia especial para mim. Um garoto que veio do Interior do Paraná, de Corbélia, veio para São Paulo com os pais e os nove irmãos e agora está nesta convenção do PT, com essa companheirada, com esse time, com Lula, com nosso Fernando Haddad, com a Gleisi Hoffmann, com Luiz Marinho, Laércio, com nossos deputados federais e estaduais, nossos vereadores, nossa militância na cidade de São Paulo.

Como não ficar emocionado? Como não agradecer essa generosidade da cidade de São Paulo e da militância do PT? Eu sei da minha responsabilidade. Eu sei o que está em jogo na cidade de São Paulo. Eu sei o que o povo está sofrendo. Mas nós vamos trabalhar diuturnamente para que o povo sofra menos nesta cidade.

Quero levar esta campanha e nesta eleição os ensinamentos de uma mulher que soube criar 10 filhos, que ensinou a cada filho a não pegar nada que é dos outros, que soube dar alimentação adequada aos 10 filhos e repartir igual aos 10 filhos.

Uma mulher que quando tinha um filho doente, ela falava “espere, vamos cuidar daquele que está doente e fragilizado primeiro”. É assim que quero cuidar da cidade de São Paulo.

Nossa cidade tem 12 milhões de habitantes, R$ 60 bilhões no orçamento, uma cidade rica, mas extremamente desigual. Não podemos aceitar como normal ter 25 mil pessoas morando nas ruas. Não podemos aceitar como normal que tenha a cracolândia e um prefeito que quando assume esparrama os moradores de rua e acaba com um projeto fantástico como o De Braços Abertos e deixou as pessoas ao relento.

Eu tenho experiência para governar São Paulo porque a cidade me deu as oportunidades. Eu comecei como garoto trabalhando como office boy pelas ruas da cidade. Minha militância comecei nas comunidades de base da Igreja Católica porque a minha mãe, dona Inês, ensinou que a gente também tem que ter generosidade, espiritualidade, tem que saber compartilhar, partilhar o pão.

E foi a partir da Igreja Católica que eu comecei a minha vida política e social e comecei dentro do PT.

A cidade me deu muitas oportunidades. Quando fui secretário, fui visitar uma escola chamada Paulo Freire em Paraisópolis. Vi as crianças na hora do almoço comendo bolacha seca numa escola de lata. Eu falei: “isso é responsabilidade minha, eu sou o secretário de Abastecimento”.

Ali eu falei que iria implantar o almoço e janta nas escolas. Eu nunca ouvi tanto não. Ouvi também que escola não é lugar de comer. Mas eu disse que ninguém aprende com fome. Renegociamos o contrato do Leve Leite na época, que era uma lata grande. Só a substituição dessa lata por sachê, economizamos 25% do contrato e foi com esse dinheiro que implantamos arroz, feijão, carne, legumes, suco de laranja, frutas, para as crianças da cidade de São Paulo.

Fico triste quando vejo, logo depois que deixamos a prefeitura, o Doria querer implantar farinata. Todo mundo sabe que farinha não é comida de criança. Queria dar também para os moradores em situação de rua.

Doria e o Bruno Covas diminuíram o benefício do Bilhete Único de quatro horas para duas horas. Nós vamos recolocar as quatro horas. Vocês tenham certeza disso.

Nós implantamos a Tarifa Zero para os estudantes, o passe livre, 24 horas por dia, não só no horário escolar. Eles acabaram com o passe livre. Nós vamos voltar o passe livre.

Eu quero dizer que tudo que a cidade me proporcionou, quando fui secretário de Abastecimento, Transporte ou implantando as subprefeituras, e pude conhecer melhor essa cidade, ter uma relação direta com a população, colocando-a no orçamento, com conselhos de representantes, o plano diretor, ouvir a gente aprende muito. Tudo que eu fiz fui porque ouvi a população.

O Conselho Municipal de Trânsito que implantei foi assim. Implantamos com paridade, metade homem, metade mulher, ouvindo as pessoas. Não foi fácil.

Com o bilhete único foi a mesma coisa. As pessoas pagavam quatro passagens, depois passaram a pagar só uma. As faixas de ônibus? Cada lugar nesta cidade, cada terminal que construímos, cada corredor, faixa de ônibus, da Pedreira, de Parelheiros, do Grajaú, Do M’Boi Mirim, do Campo Limpo, da Brasilândia, de Guaianases, Cidade Tiradentes, Itaquera, se o povo pega o ônibus, ele anda só no corredor e ganham tempo.

Isso é qualidade de vida: sai mais tarde casa e chega mais cedo. Não dá pra sair de casa no escuro e voltar no escuro. Não conversar com seus filhos.

O transporte tem que ser ágil, barato. Por isso uma das propostas é fazer o transporte gratuito de forma gradual. Implantamos o Bilhete Único, organizamos o transporte, fizemos os corredores de ônibus, o passe livre, a gratuidade para quem mais de 60 anos. Agora o passe livre vai ser de graça para os desempregados. Se ela está desempregada ela não tem dinheiro para procurar emprego.

Não dá para permitir que o desempregado não possa pegar ônibus nem para procurar emprego. Ao invés de comprar comida para os filhos, ele tem que gastar com transporte público.

Nós vamos diminuir a passagem aos domingos e feriados, também de madrugada vamos baixar para R$ 2. Falo isso com a autoridade de quem mais ficou como secretário de Transporte na cidade de São Paulo.

Vamos fazer com que esta periferia que vemos aqui tenha vez. Que os governantes possam enxergar essas pessoas. Que nós possamos regularizar as terras, os loteamentos, fazer reurbanização das favelas, desapropriar imóveis usados para especulação. Vamos comprar terras para as pessoas terem moradia digna, para saírem dos cortiços, das áreas de risco, para urbanizar favela.

Também vamos melhorar a educação na cidade de São Paulo. Vamos implantar o plano municipal de educação. Agora durante a pandemia temos que ter um plano pedagógico específico com internet e preparar as escolas para receber as crianças e os profissionais de educação.

Isso não é feito na cidade de São Paulo porque eles não gostam de gente. Vidas negras importam. Vidas humanas importam. Nós não vamos aceitar essas mortes que estão acontecendo. Vamos equipar hospitais. Fortalecer o SUS.

Vamos contratar na Saúde, na Educação, na Assistência Social, vamos dobrar o orçamento da cultura que acende uma luz para essa juventude que não tem emprego, que fica no ócio, e vamos fazer com que a arte seja a saíde para essa juventude.

Melhorar a segurança nessa cidade significa ocupar as ruas, as praças, fazer as pessoas terem emprego a partir da economia solidária.

Vamos implantar um novo padrão de contratação. Ao invés de contratar uniforme de uma empresa grande de fora, ou pano, ou materiais de saúde, vamos criar cooperativas nas regiões, para criar empregos nas regiões.

Vamos criar cooperativas de coleta de lixo, de hortas comunitárias para que ninguém coma lixo. Nós vamos plantar milhões de árvores nativas de Mata Atlântica na cidade. Vamos fazer uma transição ecológica.

Eu me sinto preparado para representar o PT nesta campanha e nesta cidade. Estou pronto. Tenho um plano de governo. Tenho equipe. Tenho gente que trabalhar dia e noite.

É com essa determinação, com a coragem de quem implantou o almoço e janta, Bilhete Único, ciclovias, Paulista Aberta, as linhas noturnas, com essa experiência que quero me colocar à disposição para governar a cidade e enfrentar a desigualdade e fazer com que os bilionários paguem a conta.

Neste momento de confraternização quero agradecer a todos vocês e desejar boa sorte a todos os nossos vereadores e vereadoras, nossos candidatos e candidatas, vamos juntos governar esta cidade porque o povo precisa do PT.

Como o Haddad falou: ninguém faz mais que o PT e o PT fez muito por essa cidade. Bilhete Único? Marca do PT. Transporte Escolar? Marca do PT. Hospitais? Marca do PT. UPAs? Marca do PT. CEUs? Marca do PT. Fortalecimento da assistência social? Marca do PT.

Obrigado, Lula, Haddad, Gleisi, Marinho, Laércio, Toninha, que conheço há muito tempo, do Monet, do Campo Limpo. É com essa militância e com essa história que vamos ganhar esta eleição.

Eu não estou sozinho, gente. Eu tenho o povo comigo. Tem coisa melhor do que ter o povo junto com a gente? Quem está com o povo está com a razão.

Muito obrigado e forte abraço!

Jilmar Tatto

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