Duas semanas após o lançamento da carta compromisso “Defesa da Cultura, Defesa da Vida”, o pré-candidato do PT a prefeito de São Paulo, Jilmar Tatto, voltou a se encontrar, em plenária virtual realizada nesta segunda (31), com lideranças políticas e artistas dos mais variados segmentos para apresentar o plano de governo destinado ao setor.
Construída de maneira coletiva, a proposta petista para reerguer a Cultura na capital – arrasada pela pandemia do coronavírus e pela política de desmonte das gestões de Doria e Covas – tem como principal tópico o aumento do orçamento da pasta para 3%. A demanda é o ponto de partida para uma série de outras ações que orbitam sob o ponto de vista da economia, mas que dialogam com áreas como esporte, lazer e mobilidade.
Elogiado por ter saído na frente e aberto as portas para que os próprios profissionais da Cultura apresentassem as suas ideias, Tatto reafirmou seu compromisso em fazer do setor a mola propulsora para recuperar SP. “Esses 3% não são gastos; são investimentos. E é importante que metade desse orçamento seja destinado para projetos na periferia. É lá onde se concentra a maior parte da nossa produção cultural”, declarou.
O petista também se disse impressionado com o trabalho por todos que colaboraram com o plano de governo e complementou: “O carro-chefe para mim será a cultura articulada com a educação, o esporte, o lazer. Não é só porque é um direito. Nós vamos mudar o comportamento das pessoas. A disputa política e ideológica se dará por meio da cultura. Vamos criar mais cidadãos e cidadãs e menos consumidores”.
Para o ex-prefeito Fernando Haddad, considerado o prefeito que mais fez pela Cultura da cidade, o próprio legado petista é o melhor argumento para apresentar o que a legenda pode oferecer a partir do ano que vem. “Você vai falar de Cultura, tem o SPCine, a Paulista Aberta, o Carnaval de rua, a Fábrica do Samba, a reforma de Interlagos e dos três teatros, tem Fab Labs nas periferias, a aproximação com o hip hop, com o funk, da dança, das cooperativas de teatro. Se alguém te perguntar o que o PT fez por São Paulo, seja na Saúde, na Educação ou na Cultura, em todas as áreas nós somos campeões de entrega. Ninguém fez mais do que o PT”.
O deputado federal Alexandre Padilha complementou: “Mais do que o legado do PT, o Jilmar tem a clareza da importância a cultura e do momento político que estamos vivendo. Giles Deleuze, filósofo francês, dizia que governos autoritários querem corpos tristes, não suportam a alegria. Porque a alegria nos leva onde a tristeza nunca nos levará.O debate da cultura é, acima de tudo, um debate político. Só a cultura consegue derrubar o fascismo. Ela estremece. Tenho certeza que você vai carregar esse tema como central”, concluiu.
Leia o que disseram outros participantes sobre o projeto de Tatto para a Cultura:
Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo:
As propostas de Jilmar para a Cultura são excelentes. Eu tenho certeza que você vai entrar forte na TV e nas rádios e vai passar um recado importante para defender PT e a sua futura administração que certamente fará história em SP. Você, Jilmar, está no melhor partido que tem. Pode falar grosso que vão ter que reconhecer o que você como secretário fez e as administrações a que você pertenceu fizeram por SP.
Alexandre Padilha, deputado federal:
Jilmar já entra de cabeça erguida para debater Cultura na cidade de SP. Primeiro pelo histórico dos nossos governos, com nomes como Marilena Chauí, Juca Ferreira entre outros, mas sobretudo por participação nisso tudo, com suas políticas de mobilidade urbana, permitindo que as pessoas tenham o direito à cidade, à ocupação cultural, da Paulista Aberta.
Tião Soares, secretário Estadual de Cultura do PT:
Quero parabenizar essa construção coletiva do plano de governo. Nosso apoio à cultura se faz pela disposição de Jilmar Tatto em querer mudar a cultura política. Para isso se faz necessário entender a cultura como política, entendê-la como centro da vida, da reafirmação da liberdade e das imensas identidades constituídas na cidade de SP.
Marcio Tavares, secretário Nacional de Cultura do PT:
Hoje nós temos a importância em ter um olhar específico não só a partir da escuta mas também da participação conjunta que faça da cultura que integre a cidade como um todo. Assim, a cultura se transforma num elemento transversal. A campanha do Jilmar é estratégica e a setorial de cultura tem esse papel de elaborar um programa que não sera para SP mas de todos os brasileiros.
Dalva Garcia
Não deixem que outro desastre, fruto da irresponsabilidade política deste país, tomem a vida dos que sonharam e ainda sonham com a luz do cinema. Que o fogo seja o que nos una por uma justiça que vem do cultivo da cultura.
Marta Baião, artivista feminista doutora e Artes pela USP
Foi super importante ter participado deste diálogo sobre a construção de um plano de governo para SP. Essa disposição do Jilmar para conversar com profissionais do setor é fundamental.
Rudifran Pompeu, presidente da Cooperativa Paulista de Teatro
Eu duvido que tenha outro partido que fez tanto quanto o PT. É importante que a periferia saiba disso. É preciso ter na posta da prancheta as enormidades de políticas estruturantes para a cultura que o PT fez.
Gil Marçal, gestor e produtor cultural
Uma marca forte do PT é a árdua tarefa em tornar a cidade um direito para todo cidadão. Infelizmente, apesar de todos os avanços, as políticas para periferia foram reduzidas quando não exterminadas. Estamos falando de programas de formação cultural, de cidadania. Jilmar tem muita sensibilidade cultural e entende a necessidade de avançar nesse sentido.
Zé Américo, deputado estadual (PT-SP)
O governo que mais fez pela cultura na história de SP foi o de Haddad. Não só em números mas também nas relações. Não é um manifesto de intelectuais; é um manifesto com operadores da cultura em todos os níveis. Daí a importância dessa plenária. Vamos continuar debatendo para criar o melhor plano de governo para a cultura.
Juliana Cardoso, vereadora (PT-SP):
Através da cultura a gente dá significado à vida de quem vive nas periferias. Não à toa esse governo quer acabar com ela. Eu venho da periferia que viu nascer uma outra perspectiva de vida por meio da Cultura, principalmente durante as gestões petistas. Por isso eu acredito que o Jilmar é o nome certo para a cidade.
Sandro Borelli, presidente da Cooperativa Paulista de Dança
Eu quero manifestar o meu apoio incondicional ao Jilmar Tatto, porque eu entendo que ele é muito capacitado para ser o nosso futuro prefeito. Além disso, Jilmar tem propotas para a cultura que eu considero muito consistentes e, se implementadas por ele, colocará a cultura paulistana num lugar nunca antes conquistado.
Celso Frateschi, ator e diretor de teatro
Posso dar meu testemunho aqui que o homem trabalha com um norte bastante claro, com objetivos muito precisos do ponto de vista dos pobres e oprimidos. Trabalha de forma muito consistente e realiza. Tatto sabe o que tem que fazer e faz.
Rapper Pirata
A gente acredita que você irá falar de cultura do jeito que a gente fala, a cultura como linguagem do povo. É aí que a gente consegue se comunicar. Seja a cultura do slam, do hip hop, do samba, de tudo o que é feito na periferia.
DJ Abrantes
O mais importante dessa construção é o fato de ela não ser algo do Jilmar. Ela é feita em conjunto, mostrar que todo cidadão tem direito à cidade. Jilmar está no caminho certo em colocar pessoas da cultura para dentro do plano de governo.
Vicente Cândido, ex-deputado (PT-SP)
Jilmar, você terá um desafio enorme pela frente: dar um salto além daquilo que o PT fez em SP em três mandatos. Parece simples, mas para isso teremos que ter muita ousadia. Teremos que criar novos programas para recolocar a cultura como protagonista.
Jotabê Medeiros, jornalista
O nosso compromisso é restituir essas verbas que foram subtraídas pelos governos de Doria e Covas. Por meio da transversalidade será ampliado o acesso à cultura. Os compromissos firmados pelo governo Tatto são fundamentais: o aumento do orçamento e uma frente de trabalho para a cultura a ser implantada assim que começar a nova gestão.
Preta Ferreira, escritora, cantora e atriz
Quando a gente fala de cultura não podemos excluir o berço dela. Temos que incluir as culturas de matriz africana e indígena. Projetos para salvar a periferia têm que vir da cultura. A arté uma das formas de nos comunicarmos com as pessoas de uma maneira simples. As pessoas só entendem a necropolítica quando veem o corpo preto no chão. Temos que falar com a base, que foi bastante esquecida.
Assista à plenária na íntegra: