PT: Volta às aulas impõe debate, planejamento e medidas sanitárias adequadas

A forte pressão sobre os governos para o retorno às aulas, principalmente por parte da rede particular por parte dos sindicatos patronais, mesmo com a pandemia do coronovírus sem o efetivo controle no país, tem provocado um grande debate na sociedade.  E as pressões tem levado a decisões precipitadas por parte de estabelecimentos de ensino que resolveram retomar as aulas presenciais mesmo diante do sério risco de contaminação.

Já são 114 mil mortos pela Covid-19 no Brasil, que tem 2,7% da população mundial e 13,5% das mortes registradas no mundo. E as medidas tomadas pelo Governo Federal não permitem nenhuma previsão de controle dos contágios, além disso verifica-se a cada dia o fenômeno da naturalização das mortes, inclusive por parte dos veículos da grande mídia. Assim como na Saúde, o país também se encontra sem comando no Ministério da Educação.

Diretório Nacional do PT, após debater o assunto com a CAED – Coordenação de Assuntos Educacionais do partido, assumiu uma posição pública sobre o retorno às aulas. Somada à opinião do próprio DN, A CAED também realizou oficina temática em conjunto com o Núcleo de Educação do PT no Congresso Nacional, quando foram ouvidas as experiências e medidas tomadas por pelos secretários estaduais e municipais de educação nas diversas regiões do Brasil.

Retorno seguro às aulas

Baseada nessas discussões, a direção nacional do PT aprovou o documento “Volta segura às aulas” para expor a sua posição diante de um tema tão importante em que está em jogo a vida de estudantes, profissionais de ensino, pais e todo o conjunto da comunidade que gira em torno das atividades escolares.

No documento, o PT orienta que a volta às aulas exige cuidado, muita cautela e atenção aos protocolos da educação que levem em conta a segurança sanitária atestada por infectologistas, os aspectos pedagógicos da experiência de aulas remotas e a preservação do direito à educação.

Casos registrados em vários países mostram que o retorno de atividades escolares provocou contaminação em massa de estudantes, professores e familiares.

Aqui, no Brasil, o caso ocorrido na semana passada no ITA – Instituto Tecnológico da Aeronáutica foi emblemático. Forçado a retomar as aulas, já no primeiro dia de atividades do Instituto em São José dos Campos/SP cerca de 13 alunos foram contaminados pela Covid-19, o que demonstra claramente que a situação continua grave e a pandemia está longe de ser controlada.

Alternativas digitais

No documento divulgado pelo PT também são levantadas várias questões que dizem respeito a atividades escolares durante a pandemia, entre estão as alternativas para a prática das atividades remotas.

“A pandemia da Cvodid-19 revelou de maneira muito cruel a profunda desigualdade social existente no nosso país. Na educação está diretamente ligada às alternativas de atividades remotas, que demonstram a dificuldade de acesso de parcelas significativas dos estudantes da escola pública, seja por falta de equipamentos adequados ou de cobertura de internet e até mesmo de ambiente domiciliar incompatível para a concentração das crianças, adolescentes e jovens”, diz trecho do documento.

O partido observa que a plataforma digital já era utilizada em administrações petistas e teve como objetivo assegurar o contato com conceitos e conteúdos, sem pretender com isso substituir as aulas presenciais no desenvolvimento dos currículos. Mesmo antes da pandemia, em alguns estados, a experiência já Evinha sendo praticada como complementação, mas com a pandemia ela foi intensificada priorizando plataformas públicas, “porém seu alcance não pode ser considerado como universal em nenhum dos segmentos escolares, etapas ou modalidades da educação – diz o documento.

Mas a posição do PT deixa claro que “todo esse esforço organizativo não substitui as aulas presenciais, nem a vivência no ambiente físico da escola como espaço de troca de experiências e aprendizagens, de enriquecimento cultural e de construção coletiva”.

Para o PT, é preciso considerar dois aspectos no retorno às aulas, que são as aprendizagens do isolamento social e a mediação tecnológica. “São desafios dos quais não podemos fugir, antes temos que tratá-los na perspectiva de reorganização de novos períodos letivos e de acesso à educação”, explicita o texto.

Da Redação da Agência PT

Imagem: Site PT nacional

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