Acreditem se quiser! Olha a que ponto chega a cara de pau de um governo tucano! em entrevista à Rádio CBN, o diretor da SABESP pra a Região Metropolitana da capital, Paulo Massato, comemorou a a “economia fabulosa” que a empresa faz, de até 13% em litros de água, com a redução, entre 22h e 6h diariamente em 70% na pressão do produto distribuído a rede.
A redução é o racionamento. Com ela, a água não sobe à rede dos bairros altos da capital e cidades da Grande São Paulo, abastecidas pelo Sistema Cantareira que está praticamente seco por falta das obras e medidas preventivas que o governo tucano do Estado não tomou para evitar o racionamento e a chegada à esta situação – o governo Geraldo Alckmin culpa as chuvas escassas pela falta de água.
É racionamento, mas o diretor Paulo Massato garante que não é. “Racionamento significa reduzir a cota de água por habitante, e nós não estamos fazendo isso. O que estamos fazendo é (…) uma redução da pressão no período noturno acompanhando a curva de consumo de cada setor de abastecimento”, afirmou.
Alckmin, para não perder votos, jura que não há racionamento
O governador, então, nem se fala. Por medo de perder votos em sua tentativa de reeleição, para ser governador do Estado pela 4ª vez, o dr. Geraldo Alckmin jura que não implantou o racionamento de água na capital, Grande São Paulo e municípios do entorno abastecidos pelo sistema do reservatório Cantareira.
Os técnicos e especialistas discordam e expõem essa discordância diariamente. Como é que pode o governador, sua estatal de abastecimento de água, a SABESP, o diretor Paulo Massato e o pessoal da administração Alckmin negar que há racionamento se, da Vila Madalena (com seus bares sem água para lavar louça, substituídos por recipientes de papel na Zona Oeste) a bairros das Norte e Leste se queixa que sofre racionamento, sim, desde o início do ano?
Sem contar que em muitas áreas da Grande São Paulo a SABESP – em alguns casos desde o início do ano, em outros, há mais tempo – adotou um sistema de rodízio em que alterna os dias que os moradores recebem água. É claro que claro que estamos em pleno racionamento em São Paulo. Dizer o contrário, não assumir, é um crime.
Técnicos dizem que economia citada pelo diretor não existe
Na entrevista à CBN, o diretor Massato informou que a diminuição na pressão na rede poupou de “2.500 a 2.800 litros por segundo” do sistema Cantareira. Especialistas ouvidos pela Folha o contestam. Dizem que, para obter uma economia de água dessa magnitude, é necessário uma grande operação.
“Dificilmente se conseguiria essa quantidade mantendo o nível mínimo de pressão para abastecer as casas”, afirma à Folha Edevar Luvizotto Jr., professor de engenharia hidráulica da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). “Independentemente do nome que se dê, se falta água todo dia, em certo período, é um racionamento”, reforça Paulo Ferreira, professor de saneamento do Mackenzie.
Agora o Ministério Público Federal (MPE está recomendando ao governador Alckmin e à Sabesp que apresentem projetos para o imediato racionamento de água na região do Cantareira, para evitar colapso no abastecimento. O governador anunciou que não acata a recomendação e vai aguardar autorização dos órgãos reguladores para captar uma segunda cota, de 100 bilhões de litros, do chamado “volume morto” (água do fundo do Cantareira). Dos 182,5 bilhões de litros da primeira cota, captados desde maio, 36,5% já foram consumidos.
Fonte: Publicação do Blog do Zé Dirceu