Os senadores do PT, membros da CPMI das Fake News prometeram reação contra os articuladores do chamado Gabinete do Ódio. A rede bolsonarista que atua nas redes sociais já foi denunciada em alguns depoimentos feitos na CPMI e conta, segundo denúncias, até mesmo com financiamento de recursos públicos.
A última vítima de ataques coordenados para destruir reputações nas redes sociais foi o youtuber Felipe Neto. Ele foi alvo de uma série de disparos de conteúdos falsos, inclusive, ligando-o a pedofilia.
“Destruir reputações é especialidade deste grupo criminoso que espalha terror e ódio para despertar o caos na sociedade. Felipe Neto conte conosco para desmascarar cada um deles. A verdade prevalecerá”, disse o líder do PT, senador Rogério Carvalho (SE).
O senador Humberto Costa (PT-PE) também se comprometeu com a busca dos articuladores do chamado Gabinete do Ódio em seu trabalho junto à CPMI.
“Isso precisa ter um fim o mais rápido possível. Será que todos aqueles que fizerem oposição a Bolsonaro vão sofrer ataques nas redes sociais? É sempre o mesmo modus operandi. As pessoas precisam entender a urgência de desmontar esse gabinete do ódio e prender aqueles que articulam essa rede de mentiras”, enfatizou.
Financiamento público
O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu à Corte que apure o gasto de publicidade do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco do Nordeste (BNB) em canais de Youtube mantidos por bolsonaristas investigados no Supremo Tribunal Federal (STF). A representação foi enviada pelo subprocurador Lucas Furtado, que também cobrou em abril investigações contra suposta ingerência do governo Bolsonaro na gestão de publicidade do Banco do Brasil.
A presença de anúncios do BNDES e do BNB foi detectada por reportagem do jornal O Globo, que identificou por Lei de Acesso à Informação pagamentos de publicidade a canais de investigados nos inquéritos das ‘ fake news’ e dos atos antidemocráticos – alguns perfis, inclusive, eram de deputados federais aliados ao Planalto, como Carla Zambelli (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF).
Palácio do Planalto
Depoimentos prestados por ex-aliados de Bolsonaro à CPMI das Fake News apontam para a existência de uma milícia digital destinada a espalhar ameaças e ataques à reputação de críticos do governo Bolsonaro. De acordo com as denúncias recebidas pela CPMI, estariam a frente da organização do Gabinete do Ódio o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, além de outros parlamentares estaduais e seus assessores.
Pelo menos três assessores lotados no Palácio do Planalto já entraram na mira da CPMI. Os assessores Tércio Arnaud Tomaz, José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz, de acordo com reportagem de O Estado de S. Paulo, produzem relatórios diários, com suas interpretações, sobre fatos do Brasil e do mundo e são responsáveis pelas redes sociais da Presidência da República e estariam relacionados com os disparos de conteúdo de ódio promovido pelo Gabinete do Ódio.