A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, avalia que a sede de Justiça e a perseguição promovida contra o Partido dos Trabalhadores são o que movem a legenda, desde antes do impeachment de Dilma Rousseff e da prisão de Luiz Inácio Lula da Silva. Os ex-presidentes foram vítimas. Lula, em particular, há cinco anos sofre uma perseguição judicial de parte do Ministério Público Federal e do ex-juiz federal Sérgio Moro.
Gleisi refuta a tese de que o PT procura perdão e precisa admitir seus erros e pecados. De acordo com a deputada federal, o debate sobre “perdoar” ou não o PT, disparado em artigos e redes sociais, não altera a posição da legenda. “O PT não está pedindo perdão e não precisa de perdão”, aponta Gleisi. “O PT precisa de Justiça, para Lula e para toda a perseguição que o partido sofreu”.
A parlamentar aponta que o PT mantém seu posicionamento no debate político nacional, denunciando a política de destruição nacional promovida pelo governo de Jair Bolsonaro, e no conluio montado por integrantes da chamada República de Curitiba – incluindo procuradores e o ex-ministro Sérgio Moro, agraciado com o Ministério da Justiça depois de prender Lula, em 2018.
Suspeição de Moro
O PT tem uma expectativa de que o Supremo Tribunal Federal faça justiça à Lula no julgamento do habeas corpus impetrado pela defesa do ex-presidente, em novembro de 2018, apontando parcialidade de Moro em relação às condenações do ex-presidente, após o juiz aceitar o cargo de ministro da Justiça no então governo Bolsonaro.
O julgamento do habeas corpus começou em dezembro daquele ano, com votos dos ministros Edson Fachin, relator da ação, e Carmen Lúcia. Na época, Gilmar Mendes pediu vista do processo. Em junho do ano passado, o site The Intercept Brasil revelou mensagens de procuradores da força-tarefa da Lava Jato com Moro, no que acabou sendo conhecido como “ Vaza Jato”.
As mensagens comprovaram o conluio entre Deltan Dallagnol e Sérgio Moro, bem como de outros procuradores do Ministério Público Federal, que trocavam mensagens sobre Lula. Isso reforçou a posição parcial do ex-juiz federal que atuou de maneira ostensiva para condenar o ex-presidente – sem provas – pelos crimes de corrupção, mesmo sem comprovação.
Em julho, Gilmar Mendes anunciou que pretende recolocar o habeas corpus na pauta da 2ª Turma do STF. Além de Gilmar Mendes, ainda faltam faltam votar os ministros Celso de Mello e Ricardo Lewandowski. Celso de Mello se aposenta em novembro.
Da Redação