A escritora e feminista Clara Averbuck participou nesta terça (14) de um bate papo com o presidente do diretório municipal Laércio Ribeiro pelo instagram do PT São Paulo. Durante a live, Clara destacou a importância da esquerda ser assertiva na comunicação e falou sobre a necessidade do acolhimento das mulheres e população em situação de vulnerabilidade.
“A gente, enquanto partido de esquerda, tem que começar a cuidar de como noticia as informações para não reverberar as falas de quem queremos combater”, destacou ela ao complementar: “Não há uma polarização, não são dois lados da mesma moeda. Existe uma desinformação muito grande sobre o que é a esquerda. É preciso usar uma linguagem acessível e rápida de entender”, disse Clara.
Segundo a escritora, a essas alturas é difícil dizer que alguém foi enganado, mas houve um momento de disseminação de fake news e desmoralização da grande imprensa, que fez um grande estrago.
E citou o seguinte exemplo: “Uma vez eu comentei um tuíte que dizia: ‘O Lula é ladrão’, e eu perguntei: O Lula roubou o que? Eles não sabem dizer, eles só repetem. Às vezes as coisas se repetem tanto, que as pessoas não sabem e nem querem saber da onde vem”, disse ela.
Para Clara existe um excesso de informação que dificulta a assimilação. De acordo com ela, a esquerda precisaria dar uma filtrada, escolher as batalhas sobre as quais vai se debruçar.
A escritora ressalta também a necessidade de prestarmos atenção em algumas figuras da sociedade como Paulo “Galo” Lima, do movimento dos entregadores antifascistas. “O que ele está falando é condizente com o que a gente defende. É preciso prestar a atenção nessas figuras, porque essas pessoas têm a força que a gente precisa para se reaproximar da população”, afirma ela.
*Feminismo e vulnerabilidades *
Para Averbuck, durante a pandemia as populações vulneráveis ficaram ainda mais expostas. Segundo ela, por mais que muitos lares sejam sustentados por mulheres, ainda existe a questão de quem manda é o gênero masculino.
Ela lembra que não somente as mulheres, como a população LGBT e os idosos também se encontram em situação de vulnerabilidade. “É preciso ter um espaço físico para acolhimento das mulheres. Todos em situação de vulnerabilidade teriam que ter um lugar pra ir”, disse Clara.
Segundo a escritora, estamos em um momento difícil porque a questão da violência está exacerbada. “Nossa figura de poder (Bolsonaro) é violenta e as pessoas se sentem autorizadas a serem violentas”, aponta ela.
Confira a live na íntegra:
https://www.instagram.com/p/CCo33iYHY8Z/
Diane Costa do PT São Paulo